PRÉMIO IBERLINCE - discurso WILDER

2018-06-07

“Somos jornalistas especializados em Natureza e há três anos criámos a revista Wilder. Trabalhamos para aproximar as pessoas da natureza, mostrando-lhes como os animais e as plantas são maravilhosos.

E nesse aspecto, o lince-ibérico tem-nos ajudado muito. Vivemos tempos entusiasmantes. Enquanto jornalistas isto significa que temos muitas coisas interessantes sobre o que escrever. Como se traz de volta uma espécie à beira da extinção. Como conviver com ela. E de que forma o lince-ibérico faz de Portugal e Espanha países mais ricos, mais entusiasmantes.

Procuramos dar um relato rigoroso e constante sobre a conservação do lince. Acompanhamos os altos e baixos desta aventura que está a trazer de volta este felino. A história da Wilder ficará para sempre marcada por dois dias: o dia em que assistimos ao nascimento de três crias de lince no Centro Nacional de Reprodução de Lince-ibérico em Silves, e o dia em que vimos a Nara ser devolvida à liberdade, em Mértola.

Tem sido com muita satisfação que vemos o lince levar o tema da conservação da natureza ao mais alto nível, e a tantas pessoas, graças à cooperação de dois países que o querem de volta.

Neste dia, queremos agradecer aos leitores da Wilder, a todas as pessoas interessadas em saber como está o lince, a todos os que celebram os sucessos e que se importam com os fracassos. Também queremos agradecer às entidades que trabalham pelo lince, e em especial ao projecto Iberlince, sem todos eles não seria possível.

Mas o lince ainda é uma espécie Em Perigo de extinção. Ainda há muito a fazer, e não apenas no terreno. O jornalismo e a informação credível, rigorosa e consistente é fundamental para uma espécie que está de regresso, depois de várias décadas de ausência.

A Wilder quer estar cá para isso.”

Helena Geraldes e Inês Sequeira na receção do Prémio Iberlince, Mérida, 5 de Junho 2018